Uma mulher vestida de Lua

Ela surge no horizonte,

Renascendo com o inverno

Do hemisfério Norte,

Passeando pelo crepúsculo

Que anuncia a gestação da noite.

Sobre os cabelos longos e negros,

Como a escuridão dos abismos,

Leva a coroa em forma de íbis,

Ave lunar da previsão e sabedoria.

Trazendo numa mão a chave secreta

Da porta da ressurreição,

Na outra mão o báculo Fênix.

Sobre o peito a cruz Ansata,

O símbolo da vida, o Ankn.

Traz no seu ventre esotérico

O mistério do fluxo e refluxo,

Esperando o nascimento

Da criança dos filhos do poder.

Caminha prateando as brumas

De águas purificadas e cristalinas,

Acompanhada pelos cardumes

De cores carmesim, formando

Os trígonos dos nove guardiões

Do apocalipse da humanidade.

Segue pelo caminho do reino

Até encontrar a vitória

Nos planos mais sutis

Da existência de um iniciado,

Na consciência física de todas

As esferas do sistema vital.

Na noite escura da alma

Sonda os fantasmas

Do inconsciente coletivo.

Quando termina a noite

No despir das suas vestes

Tecidas na Lua Negra,

Sobre os pés da mulher

Repousa um escaravelho sagrado

Que, como o Sol,

Volta das trevas da noite,

Renascendo de si mesmo

O Sol Nascente.

Helen De Rose
Enviado por Helen De Rose em 14/05/2021
Reeditado em 27/08/2021
Código do texto: T7255510
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