Terra firme outra vez

Algo em mim assopra mais do que o vento

emana tempestades,

faróis reluzentes e capazes.

Teu barco me avista

assim como o mar tange

as aves que migram.

Fiquei parado naquele rochedo.

Cultivando as conchas nos corais

da zona pelágica.

As pinaúnas vieram abolir meu sossego.

Os paguros tranquilizaram-me com seu zelo.

Decerto, me perdi no espelho d’água.

Todavia, aquela sinuosa baleia,

dançando nos arcos ogivais salinos

Veio domar as intempéries frias do casco navio.

Temo as ferrugens marítimas.

A sorte que muda e nos deixa restritos nas Ilhas.

Encontro alguém que supre o caminho.

Singro o cálice das ondas, vagas.

Acordo inerte bebendo água e sal.

E retorno cedo para dizer algum conto.

Em terra firme outra vez.

Vinicius Santana
Enviado por Vinicius Santana em 23/04/2022
Código do texto: T7501592
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