Desfolhas...

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Sou eu, nessa minha vida, breve e pouca

Ser viva, ativa, auspiciosa, infante e verdejante

Teimosa ajudante, a enfeitar veredas.

Atada, e resiliente em beiradas

Afixada em pontas de ramas

Costeando galhadas frondosas

Coadjuvando lindos buquês

Dedicados, a damas formosas!

 

Esvaindo-se vou, também aos poucos, rajando

Entremeando-me, nos findos momentos

Resignada ao que há de vir

Seja lá o que for...

Ao vigor e a languidez

Ao ardor e a lassidão,

E como mirrada guerreira

Enfraquecendo, cada mais, mas resistindo...

Companheira de espinhos e belas enfloras

A espera da passagem de áuricos ventos

Assim concordei, ser, estar; e viver!

 

Assemelhado a minha, a sina dos pedregulhos

A rolarem soltas, estiradas ao chão

Se agastando e perdendo arestas pelos caminhos

Virando fiapos, pó e desprendimentos

Acumulando, por encostas e nascentes

Dançando e descendo em redemoinhos

Apalpadas, acariciadas por mãos

Rodopiando com gravetos nas águas

Fazendo suspirar a dor de quem mantem, um coração!

 

Nasço, vivo e me vou pra ser eterna, e eterna servidão

A adubar e estercar, longínquas picadas.

E como missão e mote, ajudar a recriar o sentido real da vida.

Partirei... Tudo bem, que Jamais voltarei a ser quem já fui

Porém, por milagre Divino e Sua Mister Vontade

Vou com certeza, voltar nas mais variadas formas

Assumindo a imponência e a postura daquilo

Que Deus designou, e reservou pra mim...

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EFLÚVIO DE ARREBOL
Enviado por EFLÚVIO DE ARREBOL em 27/06/2022
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