Serpente do mar.

Açoita a chuva num mar esbravejando o desconhecido

As noites que passei deitado olhando em vão para o céu agora dormem comigo

Não passo dias sem poder acalentar os sons vindos do fundo da mata virgem

Peço colares os quais brilham em pescoços expostos ao sol reinante em céu límpido...

É dia, e o dia já se vai nas costas dessa serpente colorida

Suas cores desbotando no céu em transição

Não chama ninguém para lhe seguir nem para lhe deixar

Seus dentes encravados no destino que se segue à frente

Não dança, mas deixa no coração o lamento de continuar seguindo

Acha-se onde menos poderia estar, como poderia estar perdida?

Não há meio caminho, sua estrada é sólida como seu olhar vibrante

Atrás do vento locomove-se sem estranhamento, suas escamas descem as dunas do tempo -

Volta-se para si como estivesse para impor o domínio de seu veneno.

Hideo Kato
Enviado por Hideo Kato em 05/09/2022
Código do texto: T7598964
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