Serpente do mar.
Açoita a chuva num mar esbravejando o desconhecido
As noites que passei deitado olhando em vão para o céu agora dormem comigo
Não passo dias sem poder acalentar os sons vindos do fundo da mata virgem
Peço colares os quais brilham em pescoços expostos ao sol reinante em céu límpido...
É dia, e o dia já se vai nas costas dessa serpente colorida
Suas cores desbotando no céu em transição
Não chama ninguém para lhe seguir nem para lhe deixar
Seus dentes encravados no destino que se segue à frente
Não dança, mas deixa no coração o lamento de continuar seguindo
Acha-se onde menos poderia estar, como poderia estar perdida?
Não há meio caminho, sua estrada é sólida como seu olhar vibrante
Atrás do vento locomove-se sem estranhamento, suas escamas descem as dunas do tempo -
Volta-se para si como estivesse para impor o domínio de seu veneno.