REVOLTOSA NATUREZA

A natureza solta a sua voz, gritante,

Acima: trovões, abaixo: terremotos.

Clarões no céu em relampejar constante,

Nos mares: agitos, tufões... Maremotos.

Chuvas torrenciais e vendavais incessantes

Assombram a todos: ateus e devotos.

Nobres e súditos em grande sofrimento,

Todos perecem, alí são iguais.

A morte ronda com dor e lamento

Trazendo pavor e tristeza e os "ais".

Tormentas nos mares, na terra tormento,

E dos ares, das nuvens, descem águas mais.

Numa pausa o sol vem com timidez,

Se esconde, e retorna o voraz martírio.

À noite o luar é sem lucidez,

E as noites parecem ser mais um delírio.

A natureza numa fúria, com avidez,

Traz frio e escombros, sem luz nem "colírio".

E cobra, a natureza, de vez o seu preço

Por ser continuamente afrontada e ferida.

A insana ganância de homens sem apreço

Por aquela que é o sustentáculo da vida,

Torram matas, poluem rios, o mundo é avesso,

Num sem freio, flora e fauna são destruídas.

A febre do ouro e o seu negro homônimo

No mar e na terra, nos vales e serras,

E também o extremismo, um fiel sinônimo,

De povos exaltados entrarem em guerras,

Trazendo o caos, o que não é fenômeno,

Destruindo a natureza, em suas terras.

Às vezes, porém, se inverte o castigo,

Vão-se as nuvens, o sol é abrasador.

Onde antes, na sombra, fartura e abrigo

Se transformam em árido cenário de dor.

A natureza em revolta mostra-se perigo

Para todos, do justo ao mais devedor.

JSFreire
Enviado por JSFreire em 12/03/2023
Reeditado em 20/09/2023
Código do texto: T7738295
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