Salve os quintais, quebre o cimento!

Eu me sujei nesse quintal , vi a graviola , a manga.

Eu vi o pé de café e a cana .

A amendoeira cresceu tanto que cobriu a casa.

Nós canteiros plantinhas de remédio e de comer.

De banhar e de benzer.

Quebra o cimento deixa a terra respirar!

Diz que barro é feio , terra é sujeira,

Bonito é cimento lisinho ,nada de bananeiras.

E os quintais vão ficando tudo branquinho

Não tem boldo não, tem que procurar!

Tem alecrim também não, vai no mercado pega.

Quebra o cimento, deixa a terra respirar!

Chá só saquinho , logo vem outro puxadinho.

É casa dentro de casa , a família cresceu.

Roubaram nossos quintais

A roça de preto velho morreu.

O progresso chegou, é atraso de vida.

Quebra o cimento, deixa a terra respirar!

Do morro verde mais nada tem.

Sem comida, sem futuro e água também

Tá quente demais, os barracos são de telha.

Quem é bem informado sabe que não é questão de boa estrela .

Mais ai então... O chão estralou ! Poeira subiu .

O cimento quebrou!

A vó mandou abrir , os netos chiaram

Que se dane , respeite a minha vontade

Agora é rosas , alecrim , pimenta, pezinho de couve, muita coisa que alimenta. .

Vó sabe o que é bom , quer matar a saudade

Relembrar a Infância quando brincou de felicidade.

#Esse poema é inspirado em vivências da autora

na sua infância

Patricia Nogueira
Enviado por Patricia Nogueira em 22/02/2024
Reeditado em 12/03/2024
Código do texto: T8004872
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