A arte de viver como quem come ata

Viver é como comer ata. Quem já comeu sabe, quem já viveu também. A polpa está lá, doce, macia, apetitosa. Mas tem semente que não acaba mais. E quando esbarramos com uma, o jeito é cuspir, jogar fora. E assim vislumbramos a filosofia da ata. Sempre haverão sementes, mas sempre haverá a polpa. Então, o negócio para saborear é paciência, ter aquele jeitinho. Por que rapadura é doce mas não é mole não. Falando em rapadura, a semente da ata também é dura. Não sei nem se dá para mastigar, mas para engasgar... olha, melhor não arriscar. Plantar, com certeza. O que não nos apetece também pode nos servir. O que dá para aproveitar a gente aproveita, o que não dá, rejeita.