manhã
escuta a canção que vem do rio
os acordes pingam plácidos, um a um
reconhece o canto que transborda mata adentro
e varre o horizonte como um pio
lá longe uma panela de barro aquece o aipim
colhido ao pé do vento
mãos e olhos atentos
a lâmina da faca invade a claridade
tiras de manhã
espalhadas pela mesa