Canto à eira

Vou me embora

para a Cantareira

a vida inteira

a toda hora

é o que me resta

Vou para o mato

rumo ao que é dentro

bem no centro

do que for floresta

A vida presta

quando se presta

atenção

ao que interessa

A noite um violão

regado de boa conversa

Um gole de chimarrão

e nunca mais ter pressa

pois pressa

é o contrário da visão

Vou ser o avesso

de meu próprio começo...

meu endereço

vai ser rendenção

Morar cada vez

mais para o alto

e ser parte

da própria canção

é ser amigo de nuvem

e vizinho de azulão

Cabuçu de Cima

Mairiporã

vou fazer rimas

com as jaçanãs

Maracanãs a mil

como meu coração

nunca viu

Caminho

da Pedra Grande

Trilha escondida

com a alma encontrada

vou andar

até que a vida

mais abençoada

me mande parar...

14-04-2024

11h25mim

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 14/04/2024
Reeditado em 14/04/2024
Código do texto: T8041428
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