É PRECISO APURAR OS SENTIDOS

Deito meus olhos por sobre as águas do rio.

Preciso urgentemente de limpá-los, da ferida

humana.

Arrancá-los cirurgicamente.

Olhar é ver o que se quer, não o que se está

a ver.

Submissos olhos, que se prendem por nada,

correndo atrás do fugaz, desprezando o valor

das pequenas coisas.

Ah, sentir a frescura da flor, vingando o húmus

da terra!

Quem me diz não são os olhos, mas seu olor,

incitando o fresco da tarde, a revelar-se.

Apuramento de sentidos, que me fará, parte

integrante da Natureza.

Jorge Humberto

22/05/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 23/05/2008
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