Revirador de Tumbas

Viver revirando túmulos

Buscando entre ossos tesouros

Andando ao lado de Anubis

Procurando algo vil e duradouro.

Um museu embalsamado de fantasmas,

Espiritos que ainda gritam teus hinos

Numa voz tão alta, letrada e icoerente

Que fere a quem menos se percebe.

Devorar crânios vazios,

Roer ossos, lamber tampas...

Ser como o chacal é pela noite,

Um necrófilo com sede de conhecimento;

Uma pá na mão, uma mão já negra,

Dentes trincados de abrir sepulturas,

O olhar cada vez mais escuro...

A expreção severa de um faraó.

Os mortos guardam segredos expostos

Da maneira mais simples que existe,

Guardando dentro de suas mentes e escritos

Escondidos abaixo das terras sem nada;

Por isso sou um revirador de tumbas,

Servo do grande cão negro egípcio

Alimentado pelos defuntos já podres

Esquecidos dentre a terra cega dos vivos.

R Duccini
Enviado por R Duccini em 30/05/2008
Reeditado em 30/05/2008
Código do texto: T1011774
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