Vícios
Nisso que se encerrou os dias e meus dentes travados de ódio.
Só consigo pensar no que é certo com olhos turvos e sem emoção.
Confiança transformou-se em desconfiança, guerra e lazer para o ócio...
Quero e não quero meus vícios, trocados por gana, por grana – grande desilusão...
A promessa do câncer de pulmão parece-me muito lenta.
Roubaram-me a confiança e tudo que acreditei por valores.
Já me vale essa vida de tudo que levei, demasiadamente incerta
Os noticiários enlouquecem-me a cada dia e tudo se resume a instantes
Envelheço em minutos e rejuvenesço no dia seguinte.
O sete é o número da sorte na sabedoria popular.
Já tive treze anos com vinte e vinte e cinco com dezessete.
O livro que leio diz que a sabedoria do povo é para bar.
Enquanto os populares comemoram o sete de setembro,
Os intelectuais julgam a sociedade de uma falsa democracia.
Os segundos passam, resta a solidão, a dor o nada. Quem está certo ?
Outros dizem que feriados não comerciais desagradam a indústria...
Dois olhos felizes da foto, eram os meus e os dele.
Deixou-me quis voltar e eu quis tudo – decisão
O mundo era meu, assim como sombra da luz na lua - na noite
Lembranças de poucas cinzas do cigarro de cereja na pele
Será que ainda posso ser alguém, penso em tudo
Adquirir, acumular, gerar, ser, progredir – ironizar
É a loucura que consome, paga pelo meu cérebro - irresoluto
Do meu estômago resta a gastrite nervosa - continua a degradar
Queria meu café amargo, meu drinque e cigarro – gelo
Algo está gelado, é meu coração talvez
Enquanto tenho minhas mãos quente, é sangue – relaxamento...