COISAS QUE EU NÃO SEI...
Esqueça as coisas que eu
disse, os poetas vivos e os
mortos, deite-se na solidão
que eu sinto, ela é permissiva,
abundante e visceral.
Esqueça a tolice de entender;
eu também não entendo, eu me
rendo à ignorância de tolerar o
que eu não explico, nem você.
Esqueça a janela aberta, a alma
em riste, e a poesia triste que
molha seus dedos.
Eu também prometo esquecer:
dias cinzas, o desejo da sua boca,
e a cor dos seus olhos...
Essa eternidade é coisa pouca:
um dia...eu me lembro de esquecer.