Transparências

Sob o véu bordeaux de uma simples mulher andaluza

suas feições, nuances delicadas,

reluzem à luminosidade,

insinuando,

em total palidez,

a verdade com que ostenta seu digno olhar.

Ainda sob as sombras e tramas do tecido vivo,

possui brio,

a honradez de se revelar inteira,

às convocações da vida que clamam por desvelamentos.

(respeito à alteridade)

Véus que transbordam de verdade

os poros abertos de uma alma que pulsa,

vívida,

que vive e que decide

destinos a tomar.

Transparentes, mas reluzentes,

Covardia ao longe,

Sua poesia reside

No desejo de se revelar.

Posicionamento.

Atitude.

Riscos sem suspensão.

Seu véu não esconde, apenas insinua.

Integridade,

aos poucos que te compreendem,

palavra estranha,

nua e distante.

Seu véu revela, tão-somente,

o enigma deslocado dos céus pelos deuses

do imprevisível a enfrentar.

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 14/07/2008
Código do texto: T1079286
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