Tergi_verso.

Das categorias aristotélicas

às kantianas verdades

apriorísticas ou a posteriori.

Das dialéticas socráticas

à convergência na complexidade

do Teillard de Chardin.

Da engeliana dialética

à hegeliana espiritualidade

pré-materialista.

Tudo isso não abole

por mais que bula, receita,

dogma, potência e ato,

o hiato do ser como é,

diferente da abstração

que o conceitua!...

Mudo os paradígmas,

muda o mundo,

e o mundo muda mudo...

Penso que sou dono da verdade

e nesse momento juro existir um touro

entre a cerca e o muro.

E tudo faço como se ele existisse

e até subiria em coqueiros

que vejo no meu estrabismo

de bêbado que sou,

como você,

a vida inteira.

E tudo é como é,

do amigo Zé, o touro

que não existiu.

Mas somos o touro e eu

indissociáveis

quando penso: ele existe.

Essências que não conheço...

Relações que percebo

ora verdadeiras

e falsas ambiguamente...

Eu sou somente

aquilo que sou ou penso ser

quando tudo que não pensa, é!

como não pensa que é...

tão simplesmente.

Mas também não precisaria

beber a vida inteira

para descobrir

que a vida é bebedeira.