Como matar um poeta

Quando descremos, minhas asas se quebram e, em uma queda, vôo direto ao chão

Quando a esperança se apaga, encontro um jardim de espinhos por todos os lados

Quando não amo, ou digo que amo aqueles que amo, parece que o céu se torna distante, o tempo fica nublado, ameaçando chuva forte

Quando não escrevo, não rimo, não poetizo a vida, o amor, a dor, o calor, é como se o dia não começasse nem terminasse

Se me falta inspiração, busco, com todas as forças, qualquer palavra, tema, estímulo, seja no abrir de livros aleatórios, desesperado por um sinal

Se me tirarem a voz escrita, que ecoa pelas palavras que escrevo, seja em prosa ou poesia, é como se esse sentimento ficasse sufocado, preso

É como se a morte batesse à minha porta. Jamais deixarei que me tirem esse poder, que me proíbam de escrever

Porque, se isso acontecer, convido a todos para assistir meu morrer.

Gu Oliveira
Enviado por Gu Oliveira em 24/08/2008
Reeditado em 22/05/2009
Código do texto: T1143126
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