Eu, caravana

Quantos cães deixei

ladrando pelos caminhos

e hoje estou aqui,

caravana que atingiu

mais um de seus destinos.

Quantos cães ladram ainda

e eu, caravana, vou passando,

tenho muito a caminhar.

Quantos remendos tenho

de cães com dentes medonhos

e quanto mais remendos vejo,

mais se fortalecem meus sonhos.

E caravana continuo,

com os cães em meu

rastro a ladrar,

vou seguindo devagarinho

buscando sempre chegar.

E os cães... pobres coitados!

Não chegam a nenhum lugar.

Ana Maria Calheiros de Melo

Ana Maria Calheiros de Melo

ANA MARIA CALHEIROS DE MELO
Enviado por ANA MARIA CALHEIROS DE MELO em 18/09/2008
Código do texto: T1185327
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