O que sou?


Sou o vento que baila nas folhas;

Sou as folhas que correm no chão

Sou o chão onde piso e nem olho...


Sou olhar perdido na escuridão

Do meu medo de ver meu fantasma

Escorregando triste da mão...


Sou essa mão, mulher, real, que pasma

E, se orgulha dos muitos remendos

Que precisou para o cataplasma...


Sou a visão que não vê e, não entendo

Os mistérios do outro, ao lado, tão

sereno, sem dor mas, nada vendo...


Sou vento, o chão, visão...coração;

Sou tudo. Sou nada. Sou o sol, noite...

Também fera mas, nunca um borrão...


Porque, como estrela à meia-noite,

Escrevo na lua meus segredos,

Leio cada estrela nos pernoites. 


Sou. Apenas sou mulher sem medo!

Dona de todos os meus sentidos

Dona e senhora dos meus arremedos!


Sou aquela que pisa o chão batido...







MVA
Enviado por MVA em 19/09/2008
Reeditado em 19/09/2008
Código do texto: T1185404
Classificação de conteúdo: seguro
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