SER VAZIO!

Oh! Não raro invejo o ser insensível!

Porque não sofre, por não sentir tanto

E me pergunto: Como isto é possível?

Essa frieza que me causa espanto!

Não enxerga muito os males do mundo.

O que é essencial, sequer assimila.

Pensa, mas o pensar não é profundo.

Vive a vida, sem contudo, sentí-la.

Ver além, saber mais... é a alma inquieta,

O qual espinho cruel da existência

Chagas doídas a ela acarreta.

Mas prefiro ser infeliz e expio,

Pois o viver flagela sem clemência,

A ser pedra! A oco ser! Ser vazio!

JOÃO OSMAR
Enviado por JOÃO OSMAR em 05/03/2006
Reeditado em 23/04/2006
Código do texto: T118890