FRÁGIL FORMIGA

Quando estou a observar-te, formiguinha,

Vejo o quanto tu és pequenininha;

Em minha sombra és um pontinho obscuro

E a minha distração um ser fatal!

Mas se um tufão, com tua força e teu poder,

Sem distinção nos envolve em teu abraço,

Percebo então que a Natureza é soberana

E não existe o que chamamos de banal.

E o vento forte, que a tudo arrebata,

Te leva longe ao te pegar desprevenida,

Mas não te fere, não te mata...

E tens mais sorte!

No entanto a mim, maior que a ti,

Me faz peteca e o próprio peso me castiga

E é por isso, tão frágil formiga,

Que não resisto em perguntar:

— Quem é mais forte?!...

Lourenço Oliveira
Enviado por Lourenço Oliveira em 05/03/2006
Reeditado em 02/04/2010
Código do texto: T118894
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