Deixa-me ser feliz
Quando tudo parecia perdido,
surges tu,
como se das sombras.
E você,
tanto tempo a ignorar tua existência,
por quase um ano,
renegando teus sentimentos.
Agora,
eu no meio dessa guerra muda,
onde não há prêmios e nem vencedores.
onde a escolha parece obvia e clara.
Mas algo daquele tempo por você permanece,
o imenso medo de um dia magoar-te,
de não corresponder a esse imenso amor incondicional,
incontestável.
Já tu,
veio a dominaste,
tomaste conta,
até mesmo do que não és teu,
meus pensamentos,
meu corpo,
minha sanidade.
Levas-te contigo para teu abismo,
para teu esconderijo,
para teu universo pessoal e limitado,
sinto-me na prateleira de troféus e prêmios,
apenas mais uma vitória enquadrada e ali esquecida,
para olhar e afofar o ego,
nada mais.
Para ti,
sou apenas um bibelô,
um brinquedinho,
sem qualquer consideração,
jogado junto aos montes do outros passados.
Se é verdade tudo que digo,
então deixa-me ir,
e juntar-me a alguém,
esse alguém que não sou somente um prêmio,
somente um brinquedo,
somente um troféu.
Deixa-me ter o que mereço,
o que desejo,
o que é meu por direito.
Deixa-me ser feliz.