Invólucro

Sai,

Sai desta cadeia que te anula

Deixa-me te ver

Não faz das noites infindas

Dos dias de espera

Das horas vividas na tua companhia

Tempo gasto em vão

Para te conhecer

Sai,

Sai que te espero

Como se fosse as quatro estações

Com todas as diferenças compreendidas

Quero te conhecer por completo

Ver luzir o teu sorriso mais puro

Sentir o gosto da tua lágrima

Acalmar teu ser, quando inseguro

Ver-te capaz de definir teus medos,

Refazer teus sonhos

Guardatilhar teus segredos

Retirar as máscaras

Libertar-se dos teus próprios degredos.

Sai,

Sai deste involuto gesto

Que te fecha no teu mundo

Não te permitas ser podre semente

Neste terreno de vida tão fecundo

Desembrulha-te de uma vez

Livre-se dos desejos mesquinhos

Dos sentimentos que trazem dor

De todo pensamento imundo

Que te deixa opaco, fraco, raso

Que te impede de ser vazo

Nas mãos do Dono de Amor,

Do sentimento mais profundo...

Suspiro
Enviado por Suspiro em 18/10/2008
Código do texto: T1234896
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