A ASSASSINADA ALAMEDA DA PAZ

A ASSASSINADA ALAMEDA DA PAZ

Uma estreita faixa de terra

É a senha para uma insana

E sangrenta guerra.

Uma estreita faixa de terra

Apreende, fustiga, coagula

Dois infinitos Rios opulentos de cultura

Que o ódio segrega, fere, lancina, macula!

Uma estreita faixa de terra

Transmuda antigas presas

De dantescas, hediondas

E gasosas sepulturas

Em magos da fotossíntese da era medúsica.

Uma estreita faixa de terra

Operou uma metamorfose:

Comutou a telúrica pátria,

Vestida da indumentária da vangloria,

Em destinos errantes

Ou velada, curda, insone cercania,

Povo sem nenhuma alvenaria!

Uma estreita faixa de terra,

Ao criar diretrizes, dínamos, vetores para o caos,

Fez de desesperados e raivosos apátridas

Guerrilhas que vêem, na religião

Ou na provocada morte,

A mais poderosa e oportuna locomotiva

Para o lucrativo bélico lob.

Uma estreita faixa de terra

Um lugar onde a flora do respeito não prospera

Uma seara em que há pretéritas eras morrera o trigo da razão

Uma plaga adorada, filha do Meso-Oriente Tapete-Sultão,

Onde o dogma do ódio soberanamente impera, é eterno furacão!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

JESSÉ BARBOSA
Enviado por JESSÉ BARBOSA em 21/10/2008
Código do texto: T1240037
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