Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante...

"Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante,"

Do que ter aos pés, os sonhos pisoteados dos outros...

Do que ver o sol ruindo, no fundo do meu poço...

Do que viver o realismo dos desgostos do mundo...

"Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante,"

Do que viver uma replise monótoma, de cada instante...

Do que sorrir para os mendigos, fingindo que não os vejo...

E apagar minhas 22 velinhas, só pensando em um desejo...

"Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante,"

Do que correr contra o tempo, tentando vencê-lo...

Do que podar meu talento, a favor da ganância...

Do que reviver meus medos da infância...

Afirmando que eu não sou mais uma criança...

"Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante,"

Do que imitar um desses tipos básicos...

Do que ingressar num grupo mais popular...

Do que ouvir as músicas dos mais modernos,

De péssimo gosto, para tentar me enturmar...

"Eu prefiro ser está metamorfose ambulante,"

Do que criar um instrumento novo de tortura,

pra escravizar as mentes fracas e imaturas...

Do que ser mais um formador de idéias tolas...

"Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante,"

Do que servir aos principados, deste reino fracassado,

Que investem nos seus proprios bolsos...

E engavetam os projetos do nosso futuro...

"Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante,"

Do que ser só mais um rosto, a vagar na multidão.

Sem nome, sem vontade, sem emoção, sem rosto...

Sem saber o verdadeiro sentido de ser cidadão...

OBS: Com todo respeito, emprestei esta frase de imensa sabedoria,

do maior compositor de todos, Raul Seixas, pra fazer esta poesia, inspirada nas palavras do grande ícone da música brasileira...

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 24/10/2008
Reeditado em 27/03/2009
Código do texto: T1246109
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