Chuva no litoral.

Vejo pela janela, a neblina,

Que desce da grande serra,

A chuva fria e fina,

Molhando a arenosa terra...

O ar tem um peso distinto,

Quando respiro eu sinto,

Que nada vai mudar.

Ao longe ouço, uma batucada,

Moleques a festejar.

Eles, certamente não tem nada,

Com que se preocupar...

Chove, chove, sem parar,

Já estou pálido,

Onde está o tempo cálido,

De outras estações...

Quando estas monções

Vão terminar?

Vejo pela janela e só por ela,

Lá fora rios de água,

Revoltosos em mágoa,

Amargurando a bela,

Paisagem do litoral.

Enlameados até a canela,

Insistem em vagar, os cães.

Virando as lixeiras,

Pelas beiras, das servidões.

E eu aqui só a observar,

Esperando o sol retomar,

O seu lugar, no céu...

E por um fim neste úmido véu,

Que envolve esta ilha,

Meu alento é o seu olhar,

Sorte, em ti o sol ainda brilha...

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 25/10/2008
Reeditado em 27/03/2009
Código do texto: T1247660
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