VIDA
Chega sorrateira
Pululando entre fluidos
Esgueira-se pelos cantos
Cheia de encantos
Ávida por desabrochar
Multiplica-se aos milhões
Subdivide-se aos borbotões
Microscópica, quase subliminar
Quer brotar, tornar-se ânima
Está no frêmito dos vermes
No estertor dos nascituros
Força surda, vibratória palpitação
Implora por oxigênio
Pelo suspiro primordial
Amolda-se ao mundo amniótico
Hospeda-se nas entranhas
Estranhas, anêmicas
Impulsiva um dia será credo
Posto que é crença ao desabrochar
Já foi ovo e eclodiu
Esperança e fez-se carne