Convenções
Hoje só me restou fazer poesia,
Com o que sobrou da minha auto-estima
E do meu cansaço da rotina.
Na verdade vivo essa rotina,
Por não abrir mão de protestar
Contra convenções sociais.
Que dizem que o “homem”
Tem que casar e ter filhos,
Que o homem tem que ter um grupo
Pra não ficar sozinho.
Enfim...
acaba que ninguém fica livre
Por muito tempo.
Acaba que ninguém agüenta instabilidade.
Mas a minha estabilidade mesmo
É a instabilidade emocional,
É a insegurança,
É não ter um freio
Ou nenhum outro apego.
É também reconhecer
Que apesar das convenções sociais,
Eu sou sozinha.
E que vivo em solidão,
Apesar da voz da multidão.