AMIÚDE
Quando as palavras perdem a força
E o amiúde das letras desfaz a lógica
Quando a certeza vaga no vazio
Perdida nos andaimes do medo
Quando as lágrimas se cristalizam
Embaciando o cone da visão
Quando o chilrear dos pássaros
Confunde-se com o sibilar das cobras
Quando a serenidade do perdão
Perde-se na animosidade do ódio
Quando a luz do entendimento
Dispersa-se na imbecilidade da guerra
Quando o chamado da razão
Ecoa no vale da destemperança
É quando fecha-se a porta da racionalidade
E nos expõe a primitividade de nossa essência.