NO FUNDO DE UM COPO DE VINHO

Sem valores alguns, desprezados,

como coisa ridícula, a ter em conta,

por força de uma arrogância e

estupidez sem par, assim caminha

o Homem, ao sabor de uma cobiça,

que não consegue abstrair-se.

Qualquer dom, inerente ao Homem,

toda a sua índole e humanidade,

foram caindo em desuso e mais-valia,

qual o separava, dos restantes

animais, e nem sequer, a inteligência,

com que foi dotado, é garante, de nada.

Voltando, à velha posição, de machão,

assumir ou mostrar sentimentos, é

sinal de fraqueza, que hoje, em dia, a

todos foge, como demónio, da cruz,

numa autêntica orgia cerebral, que faz

do Homem, um total inconsequente.

Caminha e move a boca, porque outros

assim o fazem, principalmente os seus

heróis, gente igual a ele, que vive de

mal dizer; autênticos arruaceiros, que,

com toda a ignomínia, levam para casa,

uma raiva incontida, para com os seus.

Nada é feito por gosto; e diz, a alta voz,

que sofre de discriminação. Natural, a

quem, ante os demais, se assume, com

total prepotência. As consequências:

completo atropelo dos sentidos, no fundo

de um copo de vinho, com pena de si.

Jorge Humberto

24/02/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 25/02/2009
Código do texto: T1456979
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