COM O ONTEM AINDA DIURNO NA MEMÓRIA

Ouço barulho de mar ali ao longe:

Ele é a ressonância duma saudade insone.

O mar --- ao ler manhãs ---

Aquece sobejadamente a alma,

Por dissabores, desenganos, amargura, flagelos e chagas,

Integralmente lancinada.

As imagens que suscitam a extática contemplação

Orvalham um sinestético mosaico

De orgânicas paisagens,

Ancoradas no pleno afã de orgasmos da fascinação

Que residem na frenética dinâmica do ciclo dos indeléveis verões:

De fato, são esperanças que aguardam

Sequiosamente a exposição

Da indomável cinemática das águas,

Personificada pela contínua sessão

De onipotentes e radiosos vagalhões

Cuja rijeza açaima toda e qualquer sombra de acomodação.

Ouço barulho de mar ali ao longe:

Parece ser tão vívido, estar tão próximo

Que quase me transformo

Numa enlevante catarata de lágrimas incessantes:

Oceano fluindo sem represa nem paragem. É o

Sol do H2O selvagem qual irrompe da verve

Como aurora emocionada:

Aquântica órfã de agrimensura, de estremaduras,

De estafetas que portem, na fala,

O amor pela calorosa e balsâmica enseada.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

JESSÉ BARBOSA
Enviado por JESSÉ BARBOSA em 02/04/2009
Reeditado em 03/06/2010
Código do texto: T1518443
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