Rascunho
Dedilhei rabiscos de imagem
Um sonho bonito a doisqueda
Remanso que se faz maior depois.
 
Afago adentra ao mar infindo
 Caminho
 com águas perdidas
 Em areias desérticas que passei

Entre árvores, pantanais, escondida.

 
Escorre em risco, água ao mar um dia
Onde as ondas se formam e se beijam
Cúmplices em cada encontro.
 
Tocadas pela noite
Atraídas pela canção da sereia
Convite a magia do contentamento
Felizes pelo destino redesenhado em mim.

Traços marcados pelo tempo
Tempo que afasta e aproxima.
 
Encantos e desencantos construídos
Rascunho amarelado, rasgado
Molhado de lágrimas pungentes
Nos olhos lindos desenhados em minh’alma.
 
Alma rasurada pela ausência
A dor de uma saudade do que não viveu.
 
Assim é este rascunho,
Desfeito, acabado, imantado
Redesenhado em mim.
 
Desenho em mim um rio
Pequena vertente que desce pela encosta
Abrindo passagem entre as pedras
Descobrindo caminhos que me levam.
 
De encontro a outros rios
Que se deságuam no mar
Com destino a carícias das ondas
Num vai e vem envolvente.
 
 
 
 
 
 
 
Antonia Zilma
Enviado por Antonia Zilma em 18/04/2009
Reeditado em 26/01/2014
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