SAUDAÇÃO AO OUTONO.




Um doce fio de água escorre, rasgando o seio da nuvem com ternura,
Gotas com um leve ruído, querendo sorrir e molhando tudo que aqui existe.
É o outono que deixa assim na sua passagem, um sentimento apenas desmaiado,
E como mágoa chora na noite, neste horizonte, agora triste.

Veio limpar a terra com suas gotas de benção como lágrimas, orvalhar as flores,
Mais amanhã meus olhos verão o sol menino, que virá fresco e matutino.
Que debaixo deste céu azul, vai com o seu calor toda a água evaporar,
E beijar o dia outonal, e junto com a leve brisa, sentir seu suspiro.

Nesta época ditosa, nesta quadra universal, constantemente presente,
Andam juntos as chuvas e o sol, debaixo das estrelas no céu poente.
É bem certo que tu bela estação, filha primorosa da bendita natureza,
Essência que chova ou faça sol, fecunda o solo com a grandeza que sai do teu ventre.


SALVADOR. 24/04/2009.
DOCE VAL.