Eu andei pensando que.........
Ao poeta é permitido a licença de amar.
Amar sem rasuras...
Amar sem frescuras...
Amar.
Se ama certo..
Se ama posse.
Se ama torto...
Se ama o morto.
Ama.
Ao poeta é permitido amar sem contexto.
Amar por pretexto.
Amar.
Ninguém quer saber se o amor é de gravata.
Se ele usa terno ou se é só interno.
Ao poeta é permitido amar.
Amar o mendigo.
Amar o gordo,
Amar o feio.
Amar por inteiro.
Ou.......
Só um fração...
Só há uma exigência.
Tem que por coração.
Tem que ter emoção.
Tem que ter paixão.
Ao poeta é permitido tudo...
Mas ele quer quase nada.
O poeta quer é só a nata.
A nata do amor.
A nata do rancor
A nata do sentir
A nata do ferir
A nata de si
Pega a nata e bate, bate
Até virar manteiga.
Pega o pão e passa
Até matar a sede.
Sede de viver.
Sede que não enche barriga
Sede que se come
Sede que se digeri
Sede que se vivi
Sede que se insere
Ao poeta é permitido morrer..
Morrer de amor
Morrer de dor
Morrer......
Viver pra que?
Morrer é a veia de sobreviver.