Eu andei pensando que.........

Ao poeta é permitido a licença de amar.

Amar sem rasuras...

Amar sem frescuras...

Amar.

Se ama certo..

Se ama posse.

Se ama torto...

Se ama o morto.

Ama.

Ao poeta é permitido amar sem contexto.

Amar por pretexto.

Amar.

Ninguém quer saber se o amor é de gravata.

Se ele usa terno ou se é só interno.

Ao poeta é permitido amar.

Amar o mendigo.

Amar o gordo,

Amar o feio.

Amar por inteiro.

Ou.......

Só um fração...

Só há uma exigência.

Tem que por coração.

Tem que ter emoção.

Tem que ter paixão.

Ao poeta é permitido tudo...

Mas ele quer quase nada.

O poeta quer é só a nata.

A nata do amor.

A nata do rancor

A nata do sentir

A nata do ferir

A nata de si

Pega a nata e bate, bate

Até virar manteiga.

Pega o pão e passa

Até matar a sede.

Sede de viver.

Sede que não enche barriga

Sede que se come

Sede que se digeri

Sede que se vivi

Sede que se insere

Ao poeta é permitido morrer..

Morrer de amor

Morrer de dor

Morrer......

Viver pra que?

Morrer é a veia de sobreviver.

Mariacleia
Enviado por Mariacleia em 06/05/2009
Código do texto: T1578500
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.