Cortesã palavra

Palavra, velha senhora cortesã, que nunca perde o encanto

A magia das divas, o feitiço da bruxa, a meiguice da gueixa

Insana senhora que me tem cativo da sua agri-doce loucura

Que abandonou o papel e deitou em minha cama de menino

Seduzido, ainda criança, contigo eu perdi a virgindade

Aos teus mistérios doei tudo que o crente pode ofertar

Deitei em teu colo beijos, lágrimas, presentes e mimos

Contos, poesias, crônicas, pensamentos e metáforas

E o teu misterio deixou teso meu corpo e os meus sentidos

Teu gosto adentrou as entranhas, expôs as minhas vísceras

O teu hálito morno invadiu e feriu pele, língua e pensamento

E o toque verteu em meus ouvidos gotas de alumininio quente

Oh cortesã! Oh gueixa sedutora de tempos imortais

Insana e velha atraente senhora que coleciona amores

Que tece tragédias,acende paixões e crimes passionais

Eu lhe pergunto que mais queres de mim velha amiga?