Pés
Pés de dedos sangrando
Pés vacilantes sem direção
Pés apressados como um carro em contra-mão
Pés acorrentados por invisível cordão
Pés que suportam o peso da solidão
Pés pela casa, sem seguro, sem ar puro, sem muro
Pés pelo quarto de espelhos, sem afeto, sem teto, sem desejos
Pés pelos cantos, escondidos, até se perderem, até não verem saída
Pés magros, de um dia ruim sem ter comida
Pés cegos e surdos
Cada corredor é um caminho no escuro
Cada voz é um aterrorizante sussurro
Pés que perseguem minha sina
Cada porta uma perigosa esquina
Cada lembrança uma dor que alucina
Pés perguntando quem sou
Fugitivo ou perseguidor?
Invadido ou invasor?
Pés, agora descalços
a salvos, somente por meu contato com a terra
Pés que me salvam da guerra
Pés que me conduzem à frente
Pés que me trazem à realidade
Pés que emprestam um olhar a mente
Pés que dão um sentido a eternidade
Pés que dão um sentido a sobrevivência da vida
Pés que dão um sentido a inexistência da morte
Pés que me devolvem a certeza
de que sou passageiro
um estrangeiro pelos caminhos deste mundo
Pés que devolvem a clareza
de me sentir por inteiro
e mergulhar bem fundo
Pés feitos de coragem
Pés que transformam a aparente fraqueza em fortaleza
e tornam uma bobagem a aparente grandeza do mundo
Pés de dedos sangrando
Pés vacilantes sem direção
Pés apressados como um carro em contra-mão
Pés acorrentados por invisível cordão
Pés que suportam o peso da solidão
Pés pela casa, sem seguro, sem ar puro, sem muro
Pés pelo quarto de espelhos, sem afeto, sem teto, sem desejos
Pés pelos cantos, escondidos, até se perderem, até não verem saída
Pés magros, de um dia ruim sem ter comida
Pés cegos e surdos
Cada corredor é um caminho no escuro
Cada voz é um aterrorizante sussurro
Pés que perseguem minha sina
Cada porta uma perigosa esquina
Cada lembrança uma dor que alucina
Pés perguntando quem sou
Fugitivo ou perseguidor?
Invadido ou invasor?
Pés, agora descalços
a salvos, somente por meu contato com a terra
Pés que me salvam da guerra
Pés que me conduzem à frente
Pés que me trazem à realidade
Pés que emprestam um olhar a mente
Pés que dão um sentido a eternidade
Pés que dão um sentido a sobrevivência da vida
Pés que dão um sentido a inexistência da morte
Pés que me devolvem a certeza
de que sou passageiro
um estrangeiro pelos caminhos deste mundo
Pés que devolvem a clareza
de me sentir por inteiro
e mergulhar bem fundo
Pés feitos de coragem
Pés que transformam a aparente fraqueza em fortaleza
e tornam uma bobagem a aparente grandeza do mundo