Travessia

 Atravessar pontes
durante a noite
 e resistir lua após lua ...
 Descobrir o caminho
que nos leva a algum lugar
por vezes, se faz preciso.
 
Numa travessia divergida
Entre um rio seco e outro,
esbarrar em espinhos...
 Sentir ausência e cheiro de flor
 que exala perfume no ar.
 
Por vezes, rumo as pedras
que se desfazem...
Viram areia e se espalham
causam poeira, incerteza  
 até silente poesia pugente
na alma do poeta.
 
Um canto de dor, de riso
ou de remota esperança 
que nos levam a lugar esquecido
E até enfeitam o curso...
 
Pedras que  esquentam o caminho
Num retrato desenhado de ilusões
Embebem águas salgadas...
E só com o tempo se desfazem
Até virar pó outra vez.

Com o nascer do amanhã seguinte
os sonhos  estão de mãos estendidas
nos tocando com a brisa suave
 nos envolvendo em águas tranqüilas
antes e depois do amor,
durante toda a vida,renascidos.



Antonia Zilma
Enviado por Antonia Zilma em 19/06/2009
Reeditado em 19/06/2009
Código do texto: T1657147
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