Devoção

Colo-me na frescura das pedras do meu castelo,

no escuro, reluz como estrelas no resto da escuridão

a minha devoção.

Conto-as, amo-as sei também que outros as amaram

Não sei quantos, muitos ou até ninguém tenha ainda

reparado nelas, pois, não passam de pedras como eu!

Sou um espermatozóide sobrevivente de milhões

Sou o escolhido, o mais forte e, no entanto, o mais fodido.

O que se quer nesta vida?

O que se quer desta vida?

Levem-me, nua só com a alma e a minha devoção

Sei que a pedra encontrou a salvação e eu sou a luz na escuridão.

Silvana Gomes

Ana Maria Costa
Enviado por Ana Maria Costa em 08/06/2006
Código do texto: T171521