Fim do corpo físico

Meus cabelos ralos

Minha voz rouca

Meu olhar abatido

Meus pulmões estragados

Minhas pernas cortadas

Minha couraça queimada

Minhas mãos decepadas

Meu coração dilacerado

Minhas costas apedrejadas

Meus braços apreendidos

Minha barriga flácida

Meus olhos cegos

Minha garganta enforcada

Minhas orelhas entoadas

No fracasso do perdão

No embaraço da falência

Os soldados só não comeram minha alma

Por ser pobre

E meu corpo físico não poder escrever mais poesia...

gliard tavio
Enviado por gliard tavio em 23/08/2009
Código do texto: T1770048
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