A dança dos ponteiros

contam-se as palavras

que não foram nada

mas saíram quando não tinham mais nada a dizer.

conta-se a história

de quem não esperou o tempo dizer

que a hora certa quase nunca é certa pra mais de um.

os pensamentos que saíram de dentro de mim

se fizeram tristes por capricho,

por um desejo inventado,

uma necessidade de nunca estar só.

conta-se por aí que eu fiz mal

em não ter pra mim que o céu era dono da verdade,

mas a fé não paga contas

e enquanto a vida corre,

e a saudade bate em minha porta,

meus dias parecem precisar mais de atitude que de fé.

conta-se dinheiro, contam-se fatos,

e de mim tantas mentiras contam

que eu já nem consigo mais contar.

parece que fiz mal em querer mover as montanhas

com as minhas próprias mãos.

será que sou só eu a querer viver a vida agora

ao invés de ficar sentado contando o tempo que passa

e quanto tempo falta para eu ser feliz?

Fernanda Galhardo
Enviado por Fernanda Galhardo em 17/06/2006
Reeditado em 17/06/2006
Código do texto: T177216