A dança dos ponteiros
contam-se as palavras
que não foram nada
mas saíram quando não tinham mais nada a dizer.
conta-se a história
de quem não esperou o tempo dizer
que a hora certa quase nunca é certa pra mais de um.
os pensamentos que saíram de dentro de mim
se fizeram tristes por capricho,
por um desejo inventado,
uma necessidade de nunca estar só.
conta-se por aí que eu fiz mal
em não ter pra mim que o céu era dono da verdade,
mas a fé não paga contas
e enquanto a vida corre,
e a saudade bate em minha porta,
meus dias parecem precisar mais de atitude que de fé.
conta-se dinheiro, contam-se fatos,
e de mim tantas mentiras contam
que eu já nem consigo mais contar.
parece que fiz mal em querer mover as montanhas
com as minhas próprias mãos.
será que sou só eu a querer viver a vida agora
ao invés de ficar sentado contando o tempo que passa
e quanto tempo falta para eu ser feliz?