Abdicação

Poemas, não te escreverei mais, patéticas palavras,

Cansei-me desse amor carnal, que ao vento tornaram-se

Vendavais, amor que de ti não quero mais, fim dos poemas,

Fim dos lamentos e dos vagos pensamentos de outros carnavais.

Poemas, solução de quem sofre, muros de lamentações, nas

Madrugadas de verão, coisa de amor que se encastela, por ela

Pedindo para si amor e compaixão, na cama fria no peito sangra

O coração, poemas ou poesias a quem um dia pensou ser solução.

Poemas, não te escreverei mais, solução paras os apaixonados,

Não falarei mais dos sentimentos a verdade, dos amantes

À moda antiga, que sem brigas buscam o aconchego de seus

Madrigais, amante de flores no pensamento, que idolatrando-te

Com patéticas palavras, chora a beleza dos antigos samurais.

Poemas, não te escreverei diretamente, contendo palavras

Que até a mais brava serpente doma, com alguns enunciados e

Entenderás nas entrelinhas, e a faz virar menina, de vagos

Sentimentos e lamentos profundos, poemas, escreverei sempre,

Para o meu pensamento, aborrecer ou alegrar a todo mundo.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 21/06/2006
Reeditado em 21/06/2006
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