Abdicação
Poemas, não te escreverei mais, patéticas palavras,
Cansei-me desse amor carnal, que ao vento tornaram-se
Vendavais, amor que de ti não quero mais, fim dos poemas,
Fim dos lamentos e dos vagos pensamentos de outros carnavais.
Poemas, solução de quem sofre, muros de lamentações, nas
Madrugadas de verão, coisa de amor que se encastela, por ela
Pedindo para si amor e compaixão, na cama fria no peito sangra
O coração, poemas ou poesias a quem um dia pensou ser solução.
Poemas, não te escreverei mais, solução paras os apaixonados,
Não falarei mais dos sentimentos a verdade, dos amantes
À moda antiga, que sem brigas buscam o aconchego de seus
Madrigais, amante de flores no pensamento, que idolatrando-te
Com patéticas palavras, chora a beleza dos antigos samurais.
Poemas, não te escreverei diretamente, contendo palavras
Que até a mais brava serpente doma, com alguns enunciados e
Entenderás nas entrelinhas, e a faz virar menina, de vagos
Sentimentos e lamentos profundos, poemas, escreverei sempre,
Para o meu pensamento, aborrecer ou alegrar a todo mundo.