MEUS FANTASMAS
MEUS FANTASMAS Engatinho na ladeira lisa
que se encanta ao meu pisar
como fosse prêmio resvalar
Grito ao mundo um alento
que me possa suportar
vago tristes flores murchas
dedicadas à quem não as quer
enobreço minha pele,
alva clara na lua
canto opus sigilosos
faço versos ao descaso
adormeço em nuvem verde
bailo nas cordas de um violino
bebo nos bares
dou-me inteira aos meus delírios
feneço tragada em alegorias
rimo as dores com os amores
dedico cantares alucinados
aos pobres diabos enciumados
protagonizo a loucura de tantos
dos desvalidos de fé
dos folgados e zombeteiros
sou um sino gemendo
as feridas do mundo
um relógio que avisa
que o tempo não existe
vago as frestas dos olhares
maditosos de soberba
dos cansados oprimidos
dos valentes mentirosos
sou espectro à posteriori
em exílio de meu ego
impura e ingênua
saciando violações
em minhas divagações
os fantasmas que me servem
abobinam minhas falas
que são fortes muito além
e minha alma não se cala
"...ao vento, as virações, nuvens sobre o vasto mar...ali adiante, o bom da vida..." (Peixão89)
** Desde já mui grata pela colaboração, em forma de rimação, meu Amigo Peixão89