MEUS FANTASMAS

MEUS FANTASMAS Engatinho na ladeira lisa

que se encanta ao meu pisar

como fosse prêmio resvalar

Grito ao mundo um alento

que me possa suportar

vago tristes flores murchas

dedicadas à quem não as quer

enobreço minha pele,

alva clara na lua

canto opus sigilosos

faço versos ao descaso

adormeço em nuvem verde

bailo nas cordas de um violino

bebo nos bares

dou-me inteira aos meus delírios

feneço tragada em alegorias

rimo as dores com os amores

dedico cantares alucinados

aos pobres diabos enciumados

protagonizo a loucura de tantos

dos desvalidos de fé

dos folgados e zombeteiros

sou um sino gemendo

as feridas do mundo

um relógio que avisa

que o tempo não existe

vago as frestas dos olhares

maditosos de soberba

dos cansados oprimidos

dos valentes mentirosos

sou espectro à posteriori

em exílio de meu ego

impura e ingênua

saciando violações

em minhas divagações

os fantasmas que me servem

abobinam minhas falas

que são fortes muito além

e minha alma não se cala

"...ao vento, as virações, nuvens sobre o vasto mar...ali adiante, o bom da vida..." (Peixão89)

** Desde já mui grata pela colaboração, em forma de rimação, meu Amigo Peixão89

NENINHA ROCHA
Enviado por NENINHA ROCHA em 21/06/2006
Reeditado em 09/08/2006
Código do texto: T179891
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