Saúde Poética

Comecei a escrever poesia

Como quem vai ao médico um dia

E escuta do homem "meu filho, não pode assim.

Sua saúde no geral está muito ruim

Tem que se exercitar,

ou seu coração vai parar".

Vi que não havia saída, tinha que começar

Para aquele vazio não tinha remédio, só prevenção

Ou exercitava a vida, escrevia sem reclamar

Ou aposentava de vez o meu coração.

No início sentia o esforço, rápido me cansava

Chegava da noite e escrevia, nem sempre gostava de tudo

Achava que aquele movimento não adiantava

Queria muito falar, porém me sentia mudo

Como quem faz qualquer exercício

Ainda mais quando não é acostumado,

As coisas pareciam ruins no início

Mas pouco a pouco, fui ficando animado

A poesia foi entrando nos músculos,

Correu pelas veias, pro sangue, no coração

Minha saúde foi melhorando então

Pela primeira vez, meu sentimento teve razão.

Hoje gosto de correr na orla do papel

Gasto energia, com o prazer de suar letras

Me encanta ter da poesia o belo, ou o cruel

Saber-lhe tanto das balas quanto das borboletas

E assim continuo nessa lida,

Tendo orgasmos de letras, e versos

Se hoje me perguntam se tenho preguiça,

Digo que é de fazer o caminho inverso.

Não quero mais parar,

Comecei com a poesia

Para meu corpo salvar

Como forma de terapia,

E ela me fez ver o dia

Me fez ver o amar,

Me deu mais alegria

E vontade de continuar.

(Obrigado, poesia!)