Minhas Mil faces
Quem dera ser um pirata
Viajar pelo mundo sem ter pátria
Beber do mais puro Rum
Ser livre pra fazer o que quiser
E não ter hora para casa voltar
Ou até mesmo casar com o mar
Quem dera ser um vampiro
E poder degustar de bons vinhos
Perambular pela noite sem repousar
Viver eternamente sem amar
Ter o mistério como a coisa mais importante
E os segredos, ser a maior virtude
Quem dera ser uma prostituta
Sempre sair das festas caretas à francesa
Poder fazer sexo sem pudor
E não ter que se preocupar com a dor
Ir aos domingos na igreja como uma virgem e rezar
Fantasiando perversões com os santos do altar
Quem dera ser um burguês
Para ficar mais parecido com um inglês
Acabar com qualquer forma de ideologia
E depois destruir toda a boa poesia
Tratar pessoas inocentes como indigentes
Não se importar com as pessoas ao meu lado
Quem dera ser um poeta
Escrever todas as coisas da vida
Desde a falta de charme da burguesia
Até a hipocrisia da aristocracia
Dormir ao luar e até mesmo sonhar
Com coisas que podem até interessar
Quem dera ser um rei
Mandar e desmandar no meu reino
Criar guerras para me favorecer depois
Ordenar a todos se matarem para ficarmos nós dois
Ser o mais arrogante carrasco nazista
Para matar os amantes tolos dessa vida
Eu poderia ser tudo isso, mas para que?
Para me arremper por coisas que nunca vou fazer
Prefiro continuar como estou
Sem rouba ou perder minha vida
Prefiro não nascer por enquanto
Pois não estou pronto para ser morto!