Vencendo os mamutes ...

No passado a verdade nem existia a não ser pela voz,
aquela que  antes de todos nós era  provavelmente
um troar, como o das trombetas de um apocalipse.

Verdade das formas...conceito feito de conceitos,
programados para fazer-se compreender tudo
aquilo que não se compreendia num primo tempo.

Vulcões acendiam os céus azuis no seu intercalar
de estertores que se  elevavam das vozes aos gritos,
porque a natureza estava mostrando todo seu poder.

E nisso nós brotamos como as árvores desta Terra,
e nos erigimos como frágeis monumentos do tempo,
fixados aqui e ali para regurgitarmos todos os sonhos,

que  se transformariam, bem depressa, em matrizes
para povoar geneticamente como papéis carbonos,
todos os modelos brancos,negros,amarelos e rojos.

Hum... num dia de chuva descobriram as cavernas,
e mesmo não sendo muitos pareciam mesmo legiões,
que iam vingando como sementes de um tempo inicial.

Todos Ateles Paniscos...homens aranhas...spydes,
tecendo suas teias para nos amanhãs serem redes,
que um pescador jogaria nas tinturas do mar vermelho,

e logo num abrir de ondas mediterrânico tudo forjar,
para aliviar no bruto...os seus medos das puras luzes,
que não sabendo de onde vinham...logo se ajoelhariam,

porque desde cedo os brutos reconheceram  ser fracos
ante um mundo natural que lhes tirava de uma só vez
a mesma língua que usavam para alardear seu passado.

E ela nem estava aí...pois vinha enfeitada de belo corpo,
onde guardava apenas uma semente parecida a flor,
que logo depois iria  esparzir sem nenhum cuidado.

Depois de tudo disseminado ela sentou-se num outeiro,
imaginando ser a deusa de todas as demais deusas,
cujos véus foram flutuando no perder das virgindades.

E cada deusa...de archote na mão agora tinha seu lar,
e com ela tinha também o Ateles Paniscos Paniscos,
o  qual foi enchendo  sua vida com muito  mais vidas.

Despencavam os Mamutes dos fiordes congelantes.
Os Ateles agora usavam lanças...contra os gigantes.
E seus gritos ecoavam no que antes eram silêncios.

E de repente eu acordei... hum...afinal eu era gente,
e não um Ateles que saia correndo de lança em riste,
atrás de um espécime  desaparecido  para sempre.

Nossa !!! Preciso lavar urgente meu rosto nágua fria
Olho no espelho...ouço um avião passando ...não...não.
Não é avião não...mas apenas um caminhão turbinado.

Tapo os ouvidos...por alguns segundos...por segundos.
E então eu acordo de novo ...outra vez mais..outra vez.
E penso: um mamute seria preferível ao turbinado esse.

E rindo-me (porque chorar de raiva seria inútil)
Concluo : Os  Ateles venceram os Mamutes !!!
Mas duvido que venceriam um turbinado...rsrsrs.


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Poesia que fiz em 21-09-09 às 2230 h em SP
Lua Nova – tudo nublado/chuviscos – 24 graus
Beijos e abraços para você...Boa terça. [love]
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