Ouço tua voz.

Ouço tua voz!

Sinto-a tão longe me chamar... Invade meus ouvidos como o sopro do vento na madrugada, trazendo o frio, sem consolo. As vezes quero tanto te ouvir chamar, que não sei mais diferenciar delírio de imaginação. Tenho medo de que, quando me chamar, possa eu duvidar, por tanto esperar e respostas não ter.

Tua voz, marca-me como tatuagem no coração, bem lá no canto onde ficam as lembranças guardadas. Tentei soterrá-las, mas em vão é a razão quando tua voz repousa sobre meus ouvidos.

- Tu nunca duvidou de mim! Tenho certeza...

Mas quantas vezes me perdi entre tuas explicações delirantes e disfaçantes, tentanto não ver, para viver o momento. Permitia-me ignorar os fatos, fossem o que fossem, pela simples vontade de viver o estar contigo.

Culpo-me por querer o impossível. Mas espero ouvir tua voz de novo. Ainda que passageiro seja o dia e longa seja a noite com tua ausência.