Ó! Morte sê bem vinda!

Venha depressa e ligeira. Venha amada e redentora!

Cortando o tempo e lembranças, antes, tão logo queira

Que seja no exato momento, como uma tenda protetora

A recobrir a alma indecisa, do precipício á beira.

Que trazes consigo amiga, a paz do além das fronteiras

As rosas mortas em coroa, as folhas secas do inverno?

Venha breve e sem aviso, como se, para dar rasteiras

Tornando o mortal perecível em ser divino e eterno!

De ternura é teu canto, teu colo é descanso final.

Ao espírito que agoniza preso em um formato carnal

Não suporta o próprio peso, sedento de bem e de mal.

Bebendo na mesma taça, o fel de sua desgraça e a cura da doença cruel,

Lambuzando-se na dúvida da vida, esperando arrependida um dia merecer o céu.

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 20/10/2009
Código do texto: T1877254
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