Novo Dia Dia Novo

Novo Dia Dia Novo*

Wilson Correia

Novo Dia Dia Novo Novo Dia Dia Novo

Novo Dia Dia Novo Dia Dia

Novo Dia Novo Dia

Novo Novo Novo

Novo Ovo Novo

Novo Dia Novo Dia

Novo Dia Dia Novo Dia Dia

Novo Dia Dia Novo Novo Dia Dia Novo

__________

* A inscrição “Novo Dia Dia Novo”, que me inspirou a mim, Wilson, na elaboração acima, é de autoria de Tching, o fundador da dinastia chinesa Shang, 1766 a.C., e foi registrada pelo próprio autor na parede da tina (banheira) em que costumava se banhar.

– “A novidade, em si mesma, nada significa, se não houver nela uma relação como o que a precedeu. Nem, propriamente, há novidade sem que haja essa relação. Saibamos distinguir o novo do estranho; o que, conhecendo o conhecido, o transforma e varia, e o que aparece de fora, sem conhecimento de coisa alguma” (FERNANDO PESSOA. ‘Páginas íntimas e de auto-interpretação’. Lisboa: Ática, 1966, p. 391).

– “O homem que mantenha vivo o que é velho e, ao mesmo tempo, reconheça a novidade, esse homem pode, eventualmente, ensinar” (CONFUCIUS. The great digest, the unwobbling. The analects. Trad. Erza Pound. New York: New Directions, 1951, p. 199).

– “Tching orou na montanha e / escreveu FAÇA-SE O NOVO (MAKE IT NEW) / em sua tina de banho / Dia a dia faça-o novo / apare a moita / empilhe as toras / mantenha-o crescendo" (POUND, E. 'The contos' (Canto LIII). New York: New Directions, 1971, p. 265).

- "O que acontece quando uma nova obra de arte é criada é algo que afeta simultaneamente todas as obras de arte que a precederam. Os monumentos existentes formam, entre si, uma ordem ideal, modificada pela introdução entre eles de uma nova (realmente nova) obra de arte. Antes do surgimento da nova obra, a ordem existente constitui uma completude; para que essa ordem persista após a aparição da novidade, o 'todo' da ordem existente precisa ser alterado, ainda que minimamente, assim como as relações, as proporções e os valores de cada obra de arte devem reajustar-se em face do todo: e isso traduz a conformidade entre o velho e o novo" (ELIOT, T. S. 'Tradition and the individual talent'. In: 'Pointes of view'. London: Faber & Faber, 1941, p.25).