Cravo imperfeito
Quedei-me aos encantos da rosa,
Logo eu um cravo imperfeito,
A hortência olhou-me chorosa,
Por ver o seu sonho desfeito.
Na camélia, também atraente,
Depositei sonhos sem fim,
Enquanto a dália, contente,
Esperançosa sorria pra mim.
Flor-de-maio, ingênua e pura,
Recusou-se a ser meu bem-querer,
Não levei à conta da desventura,
Minha alma se recusa a sofrer.
Só me resta dar-lhes a costa,
Eu vou me mudar de jardim,
Não gosto de quem me gosta,
Quem gosto não gosta de mim.