Ínterim
Enquanto as estrelas choram e molham as flores,
Com suas lágrimas de orvalho através da madrugada.
E em silêncio a lua vai à procura de outras cores,
Cambaleando pela noite, por sua palidez embriagada.
Enquanto o sol canta seu brilho e renasce no horizonte
Com seu olhar iluminando os amantes em seu leito.
E o dia preguiçoso acorda bebendo luz em sua fonte
Despedindo-se da noite que recolhe as sombras em seu peito.
Enquanto se entristece o céu pela nuvem escura,
Que em gotas amargas derrama seu pranto num repente,
E o eterno tempo rei caminha com majestade e formosura
Trazendo outro crepúsculo e já é noite novamente.
Enquanto a vida segue o vento nômade e aflito,
Buscando o sentido do mistério entre o real e a fantasia,
E o mundo repouso encontra nos braços do infinito,
Eu respiro, sinto, vivo, penso e escrevo poesia.