Ínterim

Enquanto as estrelas choram e molham as flores,

Com suas lágrimas de orvalho através da madrugada.

E em silêncio a lua vai à procura de outras cores,

Cambaleando pela noite, por sua palidez embriagada.

Enquanto o sol canta seu brilho e renasce no horizonte

Com seu olhar iluminando os amantes em seu leito.

E o dia preguiçoso acorda bebendo luz em sua fonte

Despedindo-se da noite que recolhe as sombras em seu peito.

Enquanto se entristece o céu pela nuvem escura,

Que em gotas amargas derrama seu pranto num repente,

E o eterno tempo rei caminha com majestade e formosura

Trazendo outro crepúsculo e já é noite novamente.

Enquanto a vida segue o vento nômade e aflito,

Buscando o sentido do mistério entre o real e a fantasia,

E o mundo repouso encontra nos braços do infinito,

Eu respiro, sinto, vivo, penso e escrevo poesia.

Guina Soares
Enviado por Guina Soares em 03/11/2009
Reeditado em 04/11/2009
Código do texto: T1903216
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