Dúvida

Se não fosse a indagação

que faço do mundo, constantemente,

talvez tal Fernando Pessoa, então,

eu seria um ser, na plenitude, contente.

Embora me atordoem de insônia,

a humanidade e suas incógnitas,

ainda assim, tenho-me como admirador

da vida e de seu intervalo: a morte lógica;

e dos novelos sem fio: as crônicas

que homens e mulheres engendram no amor.

Ainda não descobri com clareza

por que escrevo poesias:

se é para suplantar do mundo as tristezas,

se é para libertar de mim as alegrias;

ou será labor interminável

no afã de entender tantas incongruências

que há neste universo indecifrável?

não seria meio inócuo de sanar minhas carências?

Cid Rodrigues Rubelita
Enviado por Cid Rodrigues Rubelita em 18/07/2006
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